terça-feira, 8 de novembro de 2011

Aerólitos de Marte



Como toda criança que se preze, ou prezava, eu assistia Tom e Jerry, Pica-Pau, Pernalonga e claro, Chapolin e Chaves. Tudo o que eu via na minha infância, eu acreditava que realmente era de verdade. Achava que minha gata podia falar com as cachorrinhas da minha avó, acreditava que eu podia voar da garagem de casa e também que as pedras voadoras, que o Chapolin passeava, existiam. Minha maior diversão era tentar provar para qualquer um que eu tinha razão.

Como eu era a única criança da casa, passava muito tempo com meus pais, e eles passavam muito tempo na chácara da família. Como eu não gosto de mato, não tinha muito que fazer por lá, e acabava olhando para minha mãe capinar e meu pai indo de um lado para o outro. Mas isso sempre acabava comigo me acidentando com alguma coisa. Resultado, minha mãe montou um tanquinho de areia para eu brincar.

Eu me divertia horrores, literalmente fazendo enterros das minhas mal amadas bonecas. Eu montava castelos, estradas, montanha e no final sempre acabava em uma catástrofe para alguma das minhas personas... Mas não deixava de ser uma brincadeira saudável!

Um dia desses, eu estava construindo a muralha da China no meu tanquinho e, para isso, usava pedras que eu encontrava. Foi ai que eu encontrei os aerólitos de Marte. Elas estavam no cantinho do tanque, eram umas três pedras e começaram a pular quando eu tocava nelas. Fiquei muito feliz, achando que as pedras tinham caído de Marte, bem no meu tanquinho.

Na minha felicidade, eu levei uma das pedras para minha mãe ver, quando eu contei o que era, claro que minha mãe nem me deu atenção. Eu insisti e ela pediu para que abrisse a mão. Na hora minha pedrinha começou a saltitar, enquanto minha mãe gritava para eu ir lavar a mão porque aquilo era um sapinho de areia.

Como eu não acreditei, voltei para o tanque e peguei outra das pedrinhas, levei até a torneira e as lavei. 

Moral da história: Mães sempre tem razão!